São Petersburgo: a imperial capital russa

São Petersburgo, fundada pelo Czar Pedro, o Grande, é um pedaço da Europa dentro da Rússia, e um dos mais importantes centros da cultura mundial.

SÃO PETERSBURGO

Fundada em 1703 pelo Czar Pedro I, às margens do Rio Neva e do Mar Báltico, a cidade de São Petersburgo é a mais moderna e cosmopolita cidade russa e um importante centro industrial.  

São Petersburgo foi a capital do Império Russo por mais de dois séculos, entre 1712 e 1918. Deixou de ser capital após os soviéticos optarem por transferi-la para Moscou. Ao longo de sua história, teve seu nome alterado algumas vezes: São Petersburgo (1703-1914 e a partir de 1991), Petrogrado (1914-1924) e Leningrado (1924-1991).

O elegante desenho urbano estabelecido sobre um extensa rede de canais e ilhotas, repleto de edifícios barrocos, palácios extravagantes e igrejas luxuosas, é considerado patrimônio mundial pela UNESCO.

COMO CHEGAMOS

Chegamos em um trem da empresa finlandesa VR, que você pode comprar, aqui, que partiu de Helsinki, numa viagem que durou 3:27h até São Petersburgo.

SÃO PETERSBURGO CITYPASS

Como adoramos visitar o máximo de monumentos e atrações nas cidades que visitamos, os cartões turísticos são sempre a melhor opção de economia nos ingressos e transportes, além da otimização do tempo nas filas.

Em São Petersburgo não foi diferente, e o São Petersburgo CityPass, que você pode adquirir, aqui, foi o nosso guia turístico de 72 horas com bilhetes destacáveis e que só podem ser removidos pelo agente da bilheteria da atração, que nos deu acesso gratuito a 23 museus e galerias, e ainda nos possibilitava fazer 6 passeios e excursões​, além de descontos em restaurantes, táxis e lojas de souvenires, válidos por 48, 72 ou 120 horas.

 

O HOTEL

Em São Petersburgo, ficamos hospedados no Vodogray Hotel, um mini-hotel com 10 quartos coloridos e cheios de charme, no coração da cidade e a poucos passos das principais atrações, que você pode reservar, aqui.

No hotel, com sua decoração rústica, restaurante temático e muita hospitalidade, tivemos a impressão de estarmos em uma casa no campo, com todo conforto e comodidade.

O ROTEIRO

DIA 1

City Walk Tour

Em São Petersburgo, fizemos um City Walk Tour em Português com a empresa Guia SPB, que você pode saber mais aqui, onde tivemos uma noção geral de São Petersburgo.

Percorremos a Avenida Nevsky, a principal avenida da cidade, com 4,5 Km de extensão, planejada por Pedro, o Grande, como início da estrada para Novgorod e Moscovo, onde estão importantes atrações e monumentos.

Apreciamos a Ponte Anichkov, famosa pelas estátuas de quatro cavaleiros adestrando seus cavalos. Durante a Segunda Guerra Mundial, para evitar que as esculturas fossem danificadas, elas foram enterradas no jardim do Palácio Anichkov, em frente.

Visitamos a Kupetz Eliseevs Food Hall, a famosa loja de doces com uma vitrine decorada com doces, bonecos e luzes.

Fomos conhecer o Gostiny Dvor, o maior e mais antigo centro comercial de St. Petersburgo, construído entre 1761 e 1785 com 1 Km de comprimento, idealizado pela Imperatriz Elizabeth, que criou o primeiro shopping center do mundo, quando decidiu construir uma única central de arcada que se tornaria o local principal de comércio da capital imperial Russa.

Seguimos para a Casa Singer, também conhecida como a Casa dos Livros, um antigo prédio art nouveau, encimado por uma torre abobadada, onde funcionava a sede da fábrica de costura Singer, onde estão instalados uma livraria, loja de souvenires e o turístico Café Singer, com privilegiada vista para a Catedral de Kazan.

Catedral de Nossa Senhora de Kazan – Construída entre 1801 e 1811, inspirada na Basílica de São Pedro, fachada imponente e repleta de colunas romanas. No seu interior, está uma das relíquias mais famosas da igreja ortodoxa russa, o ícone milagroso de Nossa Senhora de Kazan.

 

Visitamos o Almirantado de São Petersburgo, a antiga sede do Conselho de Almirantes e Marinha Imperial Russa construída entre 1806 e 1823, para simbolizar as ambições marítimas do czar. Era o estaleiro fortificado, cercado por cinco baluartes e um fosso. O seu pináculo dourado encimado por um cata-vento com a forma de um pequeno navio de guerra é um dos marcos de maior destaque da cidade sublinhando a importância que Pedro I deu à Marinha Russa.

Seguimos para o Palácio de Mármore, o primeiro palácio neoclássico da cidade construído no Século XVIII com 32 variedades de mármore e pedras preciosas. Ele abriga diversas exposições permanentes, procedentes das coleções do Museu Russo, inclusive o Museu Ludwig, que exibe a coleção de arte doada pelos famosos colecionadores alemães Peter e Irene Ludwig, com obras de Pablo Picasso, Andy Warhol, Jeff Koons e outros.

Finalizamos o dia no celebrado Museu Fabergé, inaugurado em 2013, no Palácio Shuvalov, um dos mais bonitos e elegantes de São Petersburgo, que foi reformado especialmente para abrigar as obras de Peter Carl Fabergé, mestre russo que transformou ovos em obras-primas da joalheria mundial. Os trabalhos expostos foram executados, principalmente, durante a dinastia Romanov, encomendados pelos dois últimos imperadores russos, os czares Alexandre III e Nicolau II.

DIA 2

Começamos o dia, às margens do rio Neva, na ilha Zayachy, visitando a Fortaleza de São Pedro e São Paulo que começou a ser erguida em 27 de maio de 1703, data considerada aniversário da cidade, contra uma provável invasão sueca.

Entramos na fortaleza pelo Portão de Neva, o principal da fortaleza, construído em 1787 pelo arquiteto russo Nikolai Lvov em estilo clássico com colunas duplas e frontão simples.

Vimos a Catedral de Pedro e Paulo, a primeira da cidade, construída entre 1712 e 1733, em estilo barroco, ocupa posição de destaque no centro da fortaleza, e é o edifício mais alto da cidade, com 121,5m. Na noite de 29 de abril de 1756, a torre da catedral foi atingida por raios e acabou em chamas e, em 1766, Catarina, a Grande, ordenou sua reconstrução e a recolocação do iconóstase.

Atualmente, a Catedral mantém sua função religiosa, mas é, também, museu e local dos túmulos dos soberanos russos e membros de suas famílias, desde Pedro I, o Grande, falecido em 1725, quando a Catedral ainda nem estava terminada, à Dinastia Romanov, passando por Catarina, a Grande, Alexandre I, II e III, até Nicolau II.

Ainda na fortaleza, vimos a Prisão de Trubetskoy, destinada a presos políticos que contestavam o poder do Czar. Por ali, passaram Leon Trotsky, Fyodor Dostoevsky, Maxim Gorki, Alexander Ulyanov (irmão de Lênin) e também foi o local onde Pedro, o Grande, mandou torturar, até a morte, o seu próprio filho.

Nos jardins, o Monumento a Pedro I, uma estátua contemporânea de Mikhail Shemiakhin, instalada em 1991, que retrata Pedro, o Grande,  nos chamou a atenção pela desproporção: cabeça pequena e corpo enorme!

Com 1,90 m de altura, mostra Pedro I sentado em um trono, com uma cabeça pequena e um tronco bastante maciço. Segundo o escultor, a cabeça foi feita usando exatamente a máscara e a figura de cera do rosto de Pedro I, feita por Rastrelli em 1719 e exibida no Hermitage. As outras partes do corpo foram extremamente ampliadas, seguindo o estilo do ícone russo, resultando em apresentá-lo fora de proporção o que foi criticado pelos habitantes locais que a consideravam um insulto ao herói, causando tanta controvérsia que precisou ser guardada para evitar vandalismo.

Em seguida, fomos ver a Chizhik-Pyzhik, uma das menores estátuas de São Petersburgo, com 11 centímetros e pesando 5 kg, instalada em 1994 no rio Fontanka, perto da 1ª Ponte da Engenharia, onde em 1835, por iniciativa do príncipe Peter de Oldenburg, foi fundada a Escola Imperial de Jurisprudência. Os alunos da escola usavam uniformes de cor verde-amarelo, que se assemelhavam a plumagem do siskin (chizh, em russo), um pássaro comum na região e Ásia. De acordo com a crença, os desejos se tornarão realidade se você fizer um desejo e acertar uma moeda na estátua!

Fomos conhecer o Museu Estatal Russo, inaugurado em 1898, um museu de arte dedicado aos artistas russos, com uma vasta coleção que compreende cerca de 400 mil itens, de todas as escolas e gêneros que floresceram ao longo da história da Rússia.

Seguimos para o Castelo de São Miguel, Mikhailovsky, testemunha silenciosa do reinado de curta duração do imperador Paulo I, filho de Catarina, a Grande, que não era querido e respeitado pela nobreza e nem pelos guardas reais, vivendo em constante medo de assassinato, ordenando que fosse construído um castelo fortificado só acessível por pontes levadiças. Ironicamente, 40 noites depois de se mudar para palácio, Paulo I foi assassinado no seu próprio quarto. Foi sucedido por seu filho, o Imperador Alexandre I, que regressou ao Palácio de Inverno.

O castelo foi cedido à Grande Escola de Engenharia do exército russo e passou a ser conhecido como “Castelo do Engenheiro”, onde entre 1838 e 1843, o escritor russo Fiódor Dostoiévski estudou como cadete. E, no início da década de 1990, tornou-se a Galeria de Retratos do Museu Estatal Russo, exibindo os retratos oficiais dos Imperadores e Imperatrizes, de vários dignitários e celebridades, entre o final do século XVII e o início do século XX.

Fomos conhecer o Museu da Música, no Palácio Sheremetev, onde viveu uma das mais ricas famílias da época czarista e patronos das artes e música, cujo o legado pode ser visto nos quartos do palácio (parte superior) num passeio gratuito. O piso térreo abriga uma ampla coleção de instrumentos musicais, e requer ingresso para visitação.

 

DIA 3

Começamos o dia visitamos o museu Hermitage, um dos maiores museus de arte do mundo, com um acervo de mais de 3 milhões de peças iniciado pela imperatriz Catarina II, distribuído em dez prédios, dos quais sete constituem monumentos artísticos e históricos de grande importância.

Dica de ouro: Para aproveitar da melhor forma a visita ao Hermitage,  fizemos um tour guiado privativo em português com a empresa Guia SPB, que você pode saber mais aqui, onde vimos as principais galerias, salões e obras do complexo num passeio de 4 horas. Recomendo demais!

Em frente ao Hermitage, no centro da Praça do Palácio, está a Coluna de Alexandre, que homenageia o czar Alexandre I (1777-1825), e celebra a vitória russa sobre Napoleão, e que um artigo de 1886, na revista Harper’s, a descrevia como “o maior monólito dos tempos modernos. . . . um eixo único de granito vermelho, com 26 metros de altura e 4,30 metros de diâmetro, com 550 toneladas colocado sob um pedestal monolítico cúbico de 7,60 metros de altura, encimado por um capitel de bronze, acima do qual se eleva um anjo e uma cruz, conferindo-lhe uma altura total de 47 metros”.

Do outro lado da Praça do Palácio, está o Palácio do Estado-Maior, construído entre 1819 e 1829 com uma enorme fachada de 580 metros de comprimento, em duas asas separadas por um arco triunfal que também comemora a vitória russa sobre a França napoleônica.  Até a capital ser transferida para Moscou em 1918, era a sede do Estado-Maior e Ministério das Relações Exteriores e das Finanças e hoje hospeda o Distrito Militar na asa Ocidental e, a asa Oriental foi dada ao Museu Hermitage em 1993, que teve o seu interior amplamente remodelado para abrigar a vasta Coleção Impressionista do museu.

Depois, visitamos a Igreja da Ressurreição do Salvador sobre o Sangue Derramado, a Catedral do Sangue Derramado, a belíssima igreja ortodoxa russa construída no local onde o Czar Alexandre II foi assassinado em 1881, após 6 tentativas fracassadas, e que foi originalmente pensada como um memorial à vida do Czar. Atualmente, a igreja abriga um museu estatal, onde é possível conhecer a história do assassinato de Alexandre II e apreciar os mais de 7 mil m2 de mosaicos e ícones de figuras religiosas, que levaram 10 anos para ficarem prontos. As missas ainda são realizadas, apenas nos finais de semana e feriados santos.

Visitamos a Catedral de Santo Isaac da Dalmácia, a Catedral de Santo Isaac, a maior e mais suntuosa catedral ortodoxa russa em São Petersburgo, com capacidade para 14 mil pessoas e dedicada ao padroeiro de Pedro, o Grande, construída entre 1818 e 1858 em estilo predominantemente neoclássico, com adornos bizantinos.

Em sua ornamentação, utilizaram-se 43 tipos de minerais: granito, mármores russos, italianos e franceses, malaquita e lápis-lazúli, 100Kg de ouro puro para dourar a cúpula de 21,8m de diâmetro, e outros 300 Kg para os mosaicos.

Finalizamos o dia visitando o Palácio de Stroganov que pertenceu a uma das mais ilustres famílias russas, detentora dos mais altos cargos ocupados junto do governo e pelo amor às artes. Foram importante mecenas acumulando um acervo familiar que incluía obras de Anthony van Dick, Poussin, Claude Lorraine, Rembrandt, entre outros, além de significativa reunião de medalhas, moedas e minerais.

Em um dos banquetes oferecido pela família, várias pessoas não esperadas compareceram à festa e, com medo da comida não ser suficiente, o chef francês resolveu fatiar as carnes em tiras, servido-as com um creme feito com tomates para render mais, inventando o tão famoso prato conhecido no Brasil como strogonoff.

DIA 4 – PALÁCIO DE PETERHOF

 

Durante o verão,  de 1º de maio até 30 de setembro, existem barcos que partem do cais atrás do Palácio de Inverno, o Museu Hermitage, que levam diretamente ao Palácio de Peterhof. Como não era o nosso caso, pois estivemos em São Petersburgo na primavera, acordamos cedinho e pegamos um metrô (linha vermelha) até a estação AVTOVO, onde pegamos o ônibus 210 até a porta do palácio, em uma viagem de pouco mais de 1 hora.

O Palácio de Peterhof, localizado a 20 Km de São Petersburgo, foi idealizado pelo Czar Pedro, O Grande, no início do século XVIII, para superar a exuberância do Palácio de Versalhes. Ele contratou o melhor arquiteto francês da época e não poupou esforços para a sua construção, formado pelo Grande Palácio Central, outros vários palacetes, vilas, jardins e pavilhões espalhados por um parque de aproximadamente 1000 hectares.

São 30 salas abertas à visitação, ricamente decoradas com quadros que retratam guerras, episódios históricos e membros da família imperial; tronos; móveis; objetos decorativos e outros objetos pessoais.

Destacam-se o Salão Branco, destinado às refeições de gala; a Sala de Chesma, dedicada à vitória naval russa sobre os turcos na Batalha de Chesma; a Sala dos Retratos com 368 retratos, a maior parte deles de mulheres; e os Gabinetes Chineses, decorados com objetos importados do oriente e com paredes revestidas em laca.

O Grande Palácio está localizado entre os jardins superior e inferior e, neste, está localizada a Grande Cascata que se prolonga por um grande canal até o Mar Báltico, no Golfo da Finlândia, belíssima.

DIA 5  – PALÁCIO DE CATARINA e PALÁCIO DE PAULO

O Palácio de Catarina será o meu principal motivo de voltar em St. Petersburg. Além de querer muito rever tudo porque amei a cidade, no dia programado da minha visita, meu último dia na cidade, o palácio não abriu! Era segunda-feira, e o palácio é fechado nas terças-feiras. Mas, justo naquela minha segunda-feira, ele também não abriria para visitação. Descobrimos isso apenas na bilheteria!

Ele está localizado na cidade de Pushkin, antiga Tsarskoye Selo, a 25 km de São Petersburgo, e foi, durante anos, a residência de verão dos czares russos.

Idealizado por Catarina I, em 1717, e totalmente remodelado em 1756 por sua filha, Imperatriz Isabel, que introduziu o estilo Rococó e tornou o palácio muito maior e opulento. O complexo de Catarina é composto pelo Palácio de Catarina, pelo Jardim de Catarina e vários outros pavilhões e palácios menores, como o Palácio e o Jardim de Alexander.

Recomenda-se 1 dia inteiro para visitar as atrações. Além de grande e distante do centro de São Petersburgo, o Palácio de Catarina ainda possui um enorme e magnífico jardim, um dos cenários mais bonitos da Rússia.

Pudemos ao menos apreciar o exterior do Palácio de Catarina e conhecer os jardins apreciando as esculturas, monumentos de mármore, pontes, lagos e pavilhões distribuídos em 300 hectares de muita beleza e suntuosidade no Catherine Park!

Terminada a frustrante visita ao Palácio de Catarina, seguimos para o Palácio de Paulo, Pavlovisk Palace, distante apenas 5 Km.

O palácio foi um presente extravagante de Catarina, a Grande, para seu filho Paulo, pelo nascimento do seu primeiro filho, o futuro Czar Alexandre I da Rússia, em 1777, que o construiu e mobiliou de acordo com seu gosto pessoal em meio a um extenso parque. O edifício principal do palácio foi reconhecido pela família Romanov como uma herança artística e histórica única, e preservado como um museu e a decoração sofreu muito poucas alterações, o que manteve o aspecto e a sensação de inícios do século XIX.

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A Russia City Pass, Guia SPB e o Vodogray Hotel foram nossos parceiros em São Petersburgo e todas as informações do post refletem nossas sinceras e reais experiências e impressões.

 

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