Antes de curtir as praias do Sul, fomos conhecer Chiang Mai, a incrível cidade dos templos, elefantes e tigres.

Terminada nossa vista em Bangkok, pegamos um vôo da Air Asia para Chiang Mai, DMK-CMX, que nos custou USD 35.00, com duração de 1:10h.

Também contratamos um serviço privativo de uma guia, ela bem tradicional, dessas que te levam em lojinhas e restaurantes onde com certeza ela ganha uma comissão. Tirando isso, ela foi muito profissional, pontual e solícita, bem avaliada e recomendada no Trip Advisor. Se alguém quiser o contato dela, nós aprovamos os serviços, que valeu muito a pena.  Basta nos solicitar por e-mail.

Chiang Mai

Chiang Mai, a “Rosa do Norte”, é a segunda maior cidade da Thailandia, localizada a 800 Km de Bangkok. É considerada a capital cultural, repleta de atrações para os milhares de turistas que a visitam anualmente, além dos mais de 300 templos, a cidade conta ainda com santuários de tigres e elefantes.

Wat Phra That Doi Suthep

Começamos a visita pelo principal e mais sagrado templo do Norte da Thailandia, o Doi Suthep, localizado no alto de uma montanha a mais de 1000 metros de altura, em Chiang Mai, num percurso de aproximadamente 40 minutos (13 Km só serpenteando pela sinuosa estrada montanha acima). O templo começou a ser construído em 1383 e permaneceu praticamente isolado até que em 1935 se construiu a primeira estrada asfaltada.

Uma lenda conta que em um dos sonhos do monge Sumanathera falavam para ele procurar na área mais remota de Pang Cha, uma relíquia. Lá ele encontrou um osso que pertenceu ao próprio Buda. Ele entregou a relíquia ao rei Dhammaraja. Nada se manifestou do artefato, não demonstrando propriedades mágicas.

O rei de Lanna, Nu Naone, região que hoje corresponde a Chiang Mai, pediu permissão ao rei Dhammaraja para ver a relíquia que, na sua presença, dividiu-se em duas partes. Uma delas foi consagrada em um templo em Sukhotai. A outra, foi colocada nas costas de um elefante branco, que foi liberado na selva. O elefante subiu até o topo do monte Doi Suthep, onde fez três sons com sua tromba e caiu morto. Foi o presságio de que aquele lugar era sagrado e então construiu-se lá o Wat Phrathat Doi Suthep, também conhecido como o templo da montanha.

Logo que chegamos no estacionamento do templo, a gente se depara com uma incrível escada com 300 degraus, emoldurada por 2 representações de Naga, a serpente que segundo a mitologia, protegeu Buda durante uma tempestade.

A escada com a serpente mitológica Naga

Você pode subir até o templo pela escada ou utilizando um elevador que leva até a entrada do templo, onde fica a bilheteria. A entrada custou 300 Bahts, cerca de 3 reais.

É um templo cheio de turistas, onde o dourado da estupa principal que guarda o osso do Buda prevalece. Ao redor, vários templos menores e o local é todo decorado com flores.

A estupa principal do templo Doi Suthep

Os templos menores contam a história de Doi Suthep através das pinturas nas paredes e são decorados com muitas estátuas de Buda nas mais diversas posições.

Um Buda representando cada dia da semana

Alguns pátios no templo conseguem ser bem tranquilos em meio ao caótico número de turistas em volta da estupa principal.

A sequencia de sinos que devem ser tocados para atrair boa sorte
Naga, a serpente
Wat Chedi Luang

Chedi Luang é um complexo de 3 templos budistas (Wat Chedi Luang, Wat Ho Tham e Wat Sukmin) construído em volta de uma enorme estupa que hoje está em ruínas de 1441, no centro de Chiang Mai. Era nele que ficava o famoso Buda de Esmeralda antes de ser transferido para a Capital.

A estupa de 1441 que abriga as cinzas do pai do rei
Wat Suan Dok

O templo Suan Dok foi construído em um antigo jardim de flores em 1371, onde consagra a outra metade da relíquia sagrada de Buda. A estupa principal é uma estrutura dourada, em forma de sino, que se destaca acima de várias outras estupas brancas de tamanhos diversos que guardam as cinzas dos membros da família real tailandesa.

A estupa dourada do Templo Suan Dok

Conta a lenda que o rei Ku Na convidou Sumana Thera, um monge muito piedoso de Sukhothai para levar o Budismo do Sri Lanka até Chiang Mai. O rei lhe ofereceu o jardim de flores real (Suan Dok) como um lugar para construir um templo que foi estabelecido em 1371. Nele o monge teve o sonho para ele procurar a relíquia em Pang Cha, o osso que pertenceu ao próprio Buda que se dividiu, permanecendo metade em Wat Suan Dok e a outra metade levada pelo elefante que originou o templo Doi Suthep anteriormente visitado.

Dentro do templo vemos duas imagens de Buda uma de costas para a outra: uma em uma postura de meditação sentada e a outra em pé.

Elephant Nature Park

O mesmo dilema sobre o tratamento dos animais pesou na escolha para ver de perto os elefantes. Optamos pelo Elephant Nature Park, uma reserva que cuida da reabilitação de animais resgatados por maus tratos e acidentes. É uma enorme fazenda onde os animais vivem livremente e são acompanhados de perto por veterinários e cuidadores.

Elephant Nature Park

A visita consiste em ser cuidador de um dos elefantes por um dia inteiro. Logo que chegamos, temos um primeiro contato com eles para pegarmos intimidade com os gigantes. Eles nos contam um pouco da história do animal, alguns inclusive já nasceram no próprio parque. Brincamos com um filhote e uma elefanta daria à luz em alguns meses.

Morrendo de amores pelo bebê elefante

A primeira coisa que fizemos foi alimentar os animais. Cada um comeu uma cesta enorme de abóboras em poucos minutos. Folhas e frutas também fazem parte da dieta. A sobremesa do dia era cana de açúcar!

Alimentando meu elefante

Depois, tivemos uma aula sobre como montar o elefante sem o prejudicar. Fomos instruídos a sentar praticamente no início da cabeça, diretamente sobre sua pele e, com as orelhas, ele nos seguravam.

Montando no elefante

Aprendida a técnica, chegou a hora do passeio pela fazenda. Pegamos uma trilha pela mata e subimos um monte. Sempre que havia algum indício de desequilíbrio, o meu elefante me apertava as pernas com as orelhas. Eles são extremamente inteligentes e protetores. Fui o passeio inteiro conversando com ele e certeza que ele entendia meu português!. A troca de energia foi intensa!

Começo da trilha mata a dentro

Do topo do monte, um rio lá embaixo nos convidava a nos refrescar do calor quase insuportável. Percebendo isso, meu elefante entrou na água e me molhou por completo com jatos e mais jatos de água esguichados pela sua tromba.

Um rio para afastar o calor

Logo em seguida, ele se abaixou para que eu pudesse descer e ficou me encarando. Eu entendi o que ele disse com o olhar: “Agora é a sua vez de me dar banho”. Parecia que ele estava adorando ser esfregado e sentir a água do balde caindo sobre ele.

Hora do banho

Terminada a diversão, ele se sujou com muita terra, como se estivesse passando um talco no corpo. O instrutor nos contou que a terra servia como uma espécie de filtro solar e que também os protegia dos insetos. Voltamos para o acampamento e foi a hora de mais uma refeição e nos despedir de uma recente, e literalmente, enorme amizade!

Foi uma experiência indescritível, única! Quero muito acreditar em toda a bondade envolvida na recuperação dos animais. Mas, depois de refletir bastante, não sei se, por mais intensa que tenha sido, se repetiria a atividade!

Tiger Temple – vale uma reflexão!

Visitamos o Tiger Temple, que já tínhamos ouvido falar bastante sobre ele, em março de 2016. Constava de todos os guias de viagem da Thailandia e queríamos ver de perto esses felinos gigantes. Depois de muita pesquisa na internet e por se tratar de um santuário budista, achamos que os animais tinham condições mínimas de dignidade e fomos conhecer.

Nossa guia confirmou as histórias de que os tigres viviam soltos na reserva, que eram animais de hábitos noturnos e dormiam em média 18 horas por dia. Desde pequenos, são alimentados apenas com frango e estão em constante convívio com os seres humanos.

Fomos conferir de perto e apenas alguns animais, dos mais de 140 registrados no santuário, estavam para serem visitados.

A gente escolhe os tigres que quer ver de perto pelo tamanho (bebês, pequenos, médios ou grandes) e compra os respectivos ingressos. Aí é só seguir para o recinto  onde está cada um dos animais e um treinador nos acompanha e nos fotografa por um curto período de tempo para não estressar demais os bichanos. Eles estavam restritos a um espaço médio que se liga ao santuário propriamente dito, ao fundo, onde ficam soltos, mas que não temos acesso, nem para ver.

O grande questionamento é sobre se os animais estão ou não dopados para as visitações, como num duvidoso zoológico da América do Sul. O que nos foi informado é que como eles são animais noturnos quando ficam em intensa atividade e que são alimentados durante o período. Durante o dia, seu metabolismo fica mais lento em razão do processo de digestão e horário de repouso. Realmente alguns zoológicos pelo mundo oferecem passeios noturnos para se ver os felinos em plena atividade.

A nossa impressão é que os animais estavam acordados, porém sonolentos, aproveitando o sol. Os pequenos eram os mais ativos e queriam brincar. Os maiores geralmente não ligavam para a nossa presença. Apenas um deles, que ao ouvir um funcionário regando as plantas, levantou, soltou um rugido, que nos assustou bastante, e foi se refrescar na água.

Um ano depois, deparamo-nos com a notícia de que o Templo dos Tigres havia sido fechado. Uma operação conjunta da polícia, veterinários, ONGs de proteção aos animais, resgataram 146 tigres por indícios de operações ilegais de tráfico de animais, e de órgãos, e fecharam o estabelecimento. Os animais aprendidos foram levados para outro santuário, que não sei se terão melhor sorte. E dizem que o Tiger Temple até já reabriu com um outro nome.

Não vou dizer que não foi emocionante estar tão perto desses fascinantes felinos, sentir a textura do seu pelo,  a força da sua respiração e compartilhar a experiência através das fotos registradas. Mas, depois que a gente para pra pensar, é um ato de extremo egoísmo, e de covardia, subjugar a natureza selvagem desses animais, objetificando-os, simplesmente para satisfazer a nossa vaidade.

Não recomendamos e não apoiamos essa prática de visita que explora animais! Informe-se sempre bastante antes de querer fazer uma visita a um estabelecimento responsável por outras vidas. O seu ingresso também pode estar alimentando os maus tratos como o nosso o fez!

Arrependidos por agirmos movidos pela vaidade e impulso, não postaremos nenhuma foto da experiência vivida! Deixamos o relato apenas para sua reflexão!

Faltou alguma coisa em nosso passeio em Chiang Mai? Deixe seu comentário, ou nos envie um e-mail, contando como foi sua experiência de Ser Turista em Chiang Mai.

 

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14 Comentários

  1. A Tailândia é um destino incrível ! Lindos templos, praias paradisíacas. Eu queria ter ficado muito mais tempo q fiquei. Quero voltar com tempo para para explorar todos os lugares e Chiang Mai vai estar na lista. Adorei o post.

    • Lúcio Costa Júnior Responder

      Eu fiquei completamente apaixonado pela Thailandia, Sil. Que lugar incrível. Também quero muito voltar.
      Super beijo.

  2. Lilian Azevedo Responder

    Ainda não conhecemos a Ásia. Sempre ouvi falar muito bem da Tailândia e tenho vontade de visitar Chiang Mai, a Rosa do Norte.
    Que lindos os templos e a visita deve ser emocionante e mágica.
    Não temos nenhuma vontade de visitar lugares com animais. Gostei da sua reflexão sobre esse tipo de visita e de não ter postado as fotos.
    Muito legal seu post
    Lilian

    • Lúcio Costa Júnior Responder

      A Ásia é um universo particular completamente diferente da nossa realidade, Lilian. Amei a cultura, os templos, a arte, a gastronomia, a filosofia budista. É uma viagem que nos transforma. Certeza de que irá se apaixonar pela Thailandia.
      Super beijo.

  3. Um dos grandes prazeres de viajar é conhecer diferentes culturas e, nesse aspecto, a China é Campeã. Adorei sua matéria sobre Chiang Mai, a Rosa do Norte

    • Lúcio Costa Júnior Responder

      Eu já achei o contraste da Thailandia maior que da China, que é muito mais ocidentalizada que eu esperava, Sylvia. Chiang Mai é incrível. Amei o destino, e viajar é a coisa que mais gosto de fazer na vida!
      Super beijo.

  4. Fabíola Moura Responder

    Pôxa Lúcio, fiquei até emocionada aqui com seu depoimento sobre o tal santuário dos tigres que no final não era nada disso. Também temos muito cuidado para não incentivar práticas que prejudiquem os animais e somos totalmente contra a exploração dos bichos. Tirando isso, sua viagem à Chiang Mai foi linda, adorei saber que podemos ser cuidadores de elefantes por um dia, sem causar nenhum dano a eles.

    • Lúcio Costa Júnior Responder

      Uma tristeza mesmo os animais serem explorado das formas mais cruéis, Fabíola. Tirando esse episódio, a Thailandia me encantou da melhor forma possível. Chiang Mai é imperdível.
      Super beijo.

  5. GISELE PROSDOCIMI Responder

    Lúcio, que encantamento sua vista à Chiang Mai, a Rosa do Norte, quanta beleza e riqueza de detalhes, a Ásia tem destinos muito exuberantes mesmo, que vontade de conhecer.
    Em relação à sua visita aos felinos, acho nobre a atitude de não postar fotos, pois poderia influenciar outros a desejarem fazer o mesmo. Que pena que a intenção não era nobre e vocês conseguiram saber disto a tempo e tiveram essa consciência. Parabéns!

    • Lúcio Costa Júnior Responder

      Certeza de que vai amar a Thailandia, e Chiang Mai é imperdível, Gisele. Foi uma viagem rica em todos os aspectos, inclusive no aprendizado de não compactuar de nenhuma “atração” que envolva animais.
      Super beijo.

  6. A Tailândia está na minha lista de desejos já faz um bom tempo! Que cidade linda Chiang Mai, a Rosa do Norte. Os seus diversos templos são realmente um espetáculo cheio de história, né? Parabéns pela reflexão, concordo plenamente com seu posicionamento.

    • Lúcio Costa Júnior Responder

      Era também o meu sonho conhecer a Thailandia, Cintia. E Chiang Mai me encantou muito. Quanta lindeza nesse pais. Amei!
      Super beijo.

  7. Eu amei viajar para a Ásia, conhecer a Tailândia e Chiang Mai realmente é uma cidade muito interessante. Eu estou planejando uma temporada nômade por lá e essa cidade é muito procurada pelo clima mais ameno, pelas facilidades e a moeda favorável em relação ao real.
    Em breve, assim que for possível, estarei por lá novamente.
    obrigada por compartilhar

    • Lúcio Costa Júnior Responder

      Eu também amei demais a Thailandia. Chiang Mai é um destino imperdível mesmo, né, Olivia? Ainda quero voltar e conhecer mais desse belíssimo e rico país.
      Super beijo.

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